sábado, 28 de dezembro de 2019

A ditadura das evidências


 As vezes você quer um papagaio. Mas tem na tua frente um jacaré. A criatura tem rabo de jacaré, anda como jacaré, tem dente e morde como jacaré. Você pode tentar passar um pente no couro dele, ensina-lo a cantar para fazer parecer que é um papagaio. Mas não é. É um maldito jacaré. Bom, então você fica com o jacaré. 

Só que se tu quiser ficar com o jacaré, vai ter que ter um lago, comida de jacaré, e conviver com o risco de ser mordido pelo jacaré.

 E o ser humano é o único animal que faz esse tipo de confusão. Mesmo contra todas as evidências, apostamos em coisas e pessoas que não fazem sentido, ou não são de confiança. Queremos algo que está fora do nosso alcance ou que poderá nos prejudicar. Contra as evidências - fica difícil qualquer argumento. Por mais que você deseje transformar um jacaré numa papagaio, isso jamais irá ocorrer. 

E isso não é sua culpa. 

A sua responsabilidade é saber identificar de imediato o que evidente e o que é fantasia. Boa sorte! 


sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

A importância do equilíbrio

As definições de equilíbrio são “posição estável de um corpo, sem oscilações ou desvios” ou “posição estável de um corpo, sem oscilações ou desvios.”

Temos então a teoria, e na prática de combate, como funciona e para que serve? Você saberia responder de pronto, sem ler ou pesquisar? Pois para um artista marcial isso é importante, partindo do conceito teórico, você pode aplicar o prático.
O equilíbrio aumenta a mobilidade (característica do que é móvel ou do que é capaz de se movimentar) esta fundamental para um lutador. Independente de estilo ou Arte Marcial sem uma boa mobilidade ele será um alvo fácil ao adversário.

É preciso distinguir a mobilidade produtiva da improdutiva. A produtiva é aquela que se dá em função do equilíbrio, pois o Karatê-Dô é uma arte marcial do movimento. No Karatê-Dô se usam forças contrárias: tem as lineares (hikite) e as forças contrárias perpendiculares (movimentando o centro de gravidade, assim como pressiona o chão).

O Ser humano não tem armas naturais: garras, dentes, chifres e cascos. 

Ele só pode usar o corpo como arma através das leis da física. O equilíbrio está diretamente relacionado com o domínio do centro de gravidade (barocentro). Este, por sua vez, para haver equilíbrio sempre deve estar entre os pés quando os dois pés estão no chão, ou em cima do pé. O domínio se dá através da perna que ele predomina.

A predominância do centro de gravidade é sempre provisória, 

pois ele oscila de acordo com a movimentação. Devemos aprender a fazer a transferência gradual do centro de gravidade, sob pena de haver um desequilíbrio, e a perda da mobilidade produtiva. Todos esses elementos precisamos ser testado e estarem conscientes para que o lutador evolua dentro da técnica e utilizando cada vez menos a intuição, pois essa, nos leva ao erro e a contração muscular em excesso e ao erro da auto imagem positiva.

Bons treinos. Oss

Um pouco de você que deixamos nos outros

Somos seres complexos, desde o nascimento vamos formando nossa identidade, muito dela relacionada ao ambiente familiar, porém não somente, pois o ambiente que você interage ao redor também te influencia e forma a tua personalidade. Nesse meio tempo, você conhece pessoas, criar amizades e laços afetivos. 


Nem todos irão se manter na tua caminhada, grande parte vai se tornando parte do passado. Como dizem os budistas, que a vida é como uma grande ponte, onde você inicia a caminhada com muitas pessoas e essas, vão ficando pelo caminho e você vai encontrando outras, e assim por diante.



Os afetos verdadeiros, das pessoas que ficam pelo caminho, tornam-se parte da nossa memória. E um pouco do que elas eram, a forma delas viverem e pensavam, tornam-se um pedaço de nós. Todavia, o que vale é o momento presente, onde estamos e como fazemos as coisas, vai determinar o nosso futuro.

Aqueles que passam por nós não vão sós. Deixam um pouco de si, levam um pouco de nós. (Antoine de Saint-Exupéry)


Então chego ao ponto que quero expressar minha opinião sobre esse “pouco” que deixamos na vida dos que passam. Acredito que a cada etapa da vida, precisamos exigir mais de nós mesmo espiritualmente, fisicamente, intelectualmente e em todas as áreas. Sair da zona de conforto e mudar constantemente para melhor, corrigindo defeitos e gerando sinergia. Procurando dar valor as pessoas, e não as aparências e se baseando nos bens materiais. Quando procuramos melhorar a cada etapa para termos a certeza que as pessoas que um dia passarem pela nossa vida, irão receber algo bom nosso. E para os que temos afeto (amor), que levem um pouco mais de nós, de verdade.

"Cada pessoa que passa pela nossa vida é única. Sempre deixa um pouco de si e leva um pouco de nós. Há os que levaram muito, mas há os que não deixaram nada. Essa é a prova evidente de que duas almas não se encontram por casualidade. A verdade é que ninguém passa por nossa vida em vão. A diferença é que algumas pessoas são possibilidades de felicidade, outras de lições." (Autor desconhecido)

Claro, isso é uma visão baseada em pessoas que se importam com o próximo, se preocupam com o bem estar dos que convive. Não podemos levar em conta aqueles que por algum transtorno social, patologia, ou apenas, antipatia com os próximos, não dão a mínima para deixar uma lembrança (boa ou má). Também não tem a ver com importar-se com o que os outros pensam de você, tem sim a ver com o que você pode devolver ao Universo e doar aos que caminham na mesma ponte, para estes serem pessoas mais felizes.


São raras as pessoas que têm a capacidade de nos fazer sorrir só pelo fato de estarem ao nosso lado. E são para essas pessoas que devemos reservar um espaço dentro do nosso coração. Quando você deixa um pouco de você em cada um que convive, que saiam melhores de quando chegaram. E que você consiga receber o mesmo e levar boas lembranças dos que acrescentaram na sua vida.