Se você está lendo esse texto você pode pensar e agir. A tua
ação dependerá de vários processos mentais invisíveis e que provém da razão, da
sua mente e cérebro. E isso de formou dessa forma através de milhares de anos
de evolução da humanidade. Tendo em vista esse quadro, somos uma sociedade
quase perfeita onde todos vivem de forma racional e igual, onde o bem estar da
sociedade e mais importante que o bem estar de uma pessoa apenas. Não somos
assim? infelizmente, estamos longe disso.
As justificativas são inúmeras para o nosso comportamento egoísta
e auto centrado. A dois mil anos atrás um pensador abordou esse tema procurando
dizer que deveríamos “amar o próximo com a nós mesmos” e isso nunca ocorreu. E
cá estamos em pleno futuro após esses milhares de anos e vivemos com abundância
em tudo, menos nas atitudes em prol dos outros. Parece demagogia, claro, pois
mesmo esse que vos escreve não é perfeito e se insere nesse contexto. O
que nos surpreende diariamente é perceber ações negativas se propagando na
nossa sociedade. E sendo bem sucedidas e aceitas.
Ser autoconfiante não significa desvalorizar o próximo. Não
significa acreditar que as suas verdades são melhores que as dos outros e muito
menos não questionar-se sobre as tuas atitudes. Graças aos meios de comunicação
em massa hoje temos a possibilidade de sermos pequenas ilhas e reis e rainhas
dentro dos nossos lares e carros. Ou no nosso micro ambiente social que de
forma imaginária acreditamos ser o ideal e isento de responsabilidade com o
macro ambiente que vivemos.
E isso se manifesta no trânsito, no acúmulo de lixo nas
cidades, nos relacionamentos falidos entre casais que não se amam e convivem
por interesses econômicos entre si e falsas amizades onde pretensos parceiros
visam somente angariar dividendos com a tua amizade. Atos simples como elogiar
o próximo está fora de moda ou pequenas atitudes de gentileza facilitadas hoje
em dia pela tecnologia, como um telefonema cordial ou um clique de curtir em
algo que você gosta na rede social do seu amigo - ou ainda - dar passagem para
outros no trânsito estão se tornando raros. É um novo tipo de ser social que
surge, que na sua pouca consciência não depende de ninguém para viver e faz o
suficiente para ser agradável quando isso gera dividendos financeiros ou para
massagear seu ego.
Se algo ou alguém nos desagrada por ser diferente o que
fazemos? Apontamos o dedo! Rotulamos como leproso social, e como tal, os deixamos a
margem da nossa convivência. Não fazemos o menor esforço em entendê-lo ou nos
questionar a nossa filosofia de vida (ou falta dela). Justificamos parte desse
comportamento com a “falta de tempo” ou “pressa” correndo como baratas tontas
para lugar nenhum. Por vezes, abro porta para pessoas passarem em algum local e
fico pasmo quando elas passam sem ao menos agradecer. Costumo dizer: “- de nada”
para a pessoa perceber a grosseria que está fazendo. Em todos os casos,
a pessoa volta o rosto e diz: “- obrigado” meio a contragosto. Raros casos
voltam e pedem desculpas por não ter percebido a grosseria. A tendência é as
pessoas agirem como se os outros ao redor fossem seus empregados. E isso não é somente falta de educação e cortesia, é agir de forma egoísta.
Somos uma
sociedade de iguais ou ao menos deveríamos ser.
Vejo em publicações virtuais e impressas artigos e
comparações entre os animais e humanos. As manifestações são várias de que os
animais agem de forma mais pura que nós, mesmo sem raciocínio. Claro, são
análises superficiais desses comportamentos, pois a ciência sabe que animais
podem ser diferentes mesmo convivendo em grandes grupos, e por vezes, podem ser
cruéis, num ambiente selvagem. Mesmo animais domesticados dependendo da circunstância
podem agir de forma negativa. Todavia estamos falando de animais e não seres
humanos, que deveriam primar pelo raciocínio e ação.
De que adianta se dizer ecológico
quando o principal item dessa ciência está sendo negado, que é a preservação da
própria espécie. E para preservar alguém, temos que respeitá-lo e valorizara-lo
como igual, sem intenção de obter nenhuma vantagem. E nisso resulta um desafio da nossa sociedade: vivermos num planeta gigante (e
cheio de recursos) como se vivêssemos dentro de uma pequena nave espacial. Será
possível?





Ótimo texto!
ResponderExcluirMuito bom!
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