terça-feira, 24 de julho de 2018

Arte Marcial, verdade ou picaretagem?


Métodos de combate são tão antigos quanto a própria civilização. Perde-se na história e ao longo das datas os primeiros eventos onde o homem precisou combater, ou contra feras ou porventura em guerras tribais. O termo "Arte Marcial" tem um significado oculto: "Arte" por ser algo criativo, com movimentos e prática dinâmica e envolvente nas quais cada pessoa pode usar e interpretar de uma maneira própria. "Marte" Este termo é vinculado ao deus da guerra romano Marte que, na mitologia grega, era chamado Ares. Assim, as artes marciais, segundo a mitologia romana, são as artes militares ensinadas aos homens. 


Atualmente, existem milhares de estilos de luta e esportes de combate. São diferentes, pois uns visam o aperfeiçoamento do ser humano como um todo, e outro, vista a competição baseado em regras específicas, medalhas e troféus e beneficiam o praticante tanto quanto outros esportes. 


Tive a oportunidade de treinar vários estilos de luta, e sempre que posso, observo instrutores e métodos, procurando entender do que se trata e o seu real valor. 


Tempos atrás, visitei uma escola de Taekwondo onde estava havendo um exame de faixa. Fui a convite e achei interessante. Muito bem organizados, havia um quadro de faixas com umas vinte duas graduações de diversas cores, inclusive com listras e outras camufladas. Existia uma forma de disciplina onde tudo que era dito havia uma resposta enérgica e demasiada dos alunos, como se fossem robôs, porém percebi que era tudo decorado. De fato, aquilo não fazia parte deles. Quando começou o espetáculo de técnicas, chutes e quebramentos notei que eram um esboço de técnicas - não continham força e sua aplicação era duvidosa. Porém, pasmei pois estava todos felizes e bem dispostos, envolvidos e todas as famílias orgulhosas. 

Aprendi uma lição: 

Os benefícios das Artes Marciais são tantos, que mesmo quando aplicadas de forma superficial, são positivas e promovem mudanças.

Afirmo isso após ter praticado de forma intensa por mais de vinte cinco anos uma Arte Marcial japonesa, com técnicas reais, específicas e com um universo imenso de aplicações. E continuo aprendendo a cada dia que treino e faço movimentos que já deveriam estar sedimentados no meu arsenal. 

Claro, existem demonstrações ridículas de alguns picaretas que prometem derrubar seus oponentes apenas com o poder da mente ou falsos quebramentos 

com materiais já fragmentados por antecipação ao evento entrou outras tantas falsidades marciais.

Ainda assim, um sistema de combate que promova o estímulo ao esforço, que consiga encaixar o individuo num sistema de disciplina com hierarquia mínimos já está promovendo benefícios ao praticante. Mesmo que certas técnicas não sejam efetivas, ou sejam mal aplicadas, se existe a vontade naquele ambiente de aprender e de superação, existe sim o caráter de Arte Marcial no local. 


Pré-julgar um sistema de combate, apenas pela sua eficiência não significa que o mesmo não seja positivo a quem pratica. Acreditar que o seu método é mais eficaz que outro é uma grande besteira e demonstra um ego que não combina com o verdadeiro Caminho do Guerreiro. 

Portanto, fico feliz quando me falam que alguém está praticando uma Arte Marcial. Não existe algo tão singular e inovador, como método de evolução pessoal do que o individuo aprender a se defender. Com o acréscimo de elevar sua auto estima, conhecer suas fraquezas e qualidades e poder desenvolve-las sem barreiras e com o apoio de outros que passam pelo mesmo Caminho. 



Quando, mesmo de forma inconsciente, lidamos com sentimentos atávicos como a vida e morte, guerra e paz, sobrevivência e diferenças entre presa e predador, promovemos um desenvolvimento real como ser humano. Alguém que tem orgulho de se dizer lutador, poderá ser um cidadão que fará a diferença no seu meio, assim como sua Arte Marcial fez para o mesmo. 


Segue um vídeo interessante sobre o assunto: 















segunda-feira, 23 de julho de 2018

Escolhas que te fortalecem

Escolhas que te fortalecem



No decorrer da nossa vida temos que fazer muitas escolhas, algumas vão nos favorecer, em grande parte, outras iremos nos arrepender e outras tantas não farão tanta diferença no nosso presente. Entretanto, diariamente estamos lidando com essas opções. As escolhas, por vezes, acabam definindo quem somos e qual nosso objetivo de vida. 

Vou citar seis escolhas e formas de lidar com elas: 

1. Aceitar o que o Universo te oferece.

Quando resistimos aos eventos que acontecem ao nosso redor, criarmos uma força desnecessária, pensamentos negativos e nossa energia é desperdiçada. Claro, não estou estimulando que possamos receber coisas negativas de forma "passiva". Porém, ao reagirmos aos eventos, que possamos fazer de forma equilibrada e eficaz. Mudanças (boas ou ruins) podem ser encaradas de forma a serem parte de um processo de amadurecimento pessoal e evolução. 

2. Gere movimento.


Somos seres dinâmicos, desde nosso fluxo sanguíneo, nossos estímulos nervosos, neurônios, sinapses, batimento cardíacos, articulações e mesmo de forma macro temos uma lua que gira ao redor do planeta, que por sua vez gira ao redor do sol e um Universo todo em movimento. Precisamos vibrar em sintonia com toda esse energia gerada do movimento e criar sinergia ao nosso redor. Energia dinâmica. Fazemos isso ao trabalhar, interagir com outros, praticar esportes e mesmo ao meditar.

3. Pratique esportes.


Esse um complementos do item anterior, nosso corpo foi projetado para o movimento. São dezenas de articulações e músculos, e todos precisam ser desenvolvidos e podem ser treinados para melhor desempenho. Outro ponto, é que com o passar dos anos a tendência é termos uma degeneração física que pode ser atenuada com a atividade física frequente. Além disso, quando praticamos exercícios, melhoramos nossa auto estima, respiração, repousamos melhor e dispostos a encarar a vida com outra perspectiva.

4. Acredite em algo.


Pode ser uma crença filosófica, também uma religião, grupo de apoio, estilo de vida entre outros. Todavia, é importante temos uma bússola moral e ética que nos direcione para objetivos reais e nos aproxime de pessoas positivas. 



5. Conviva e faça a diferença.

Importar-se sinceramente pelas pessoas e considerar todos como membros de uma aldeia global. Independente de pré-conceitos ou pensamento politicamente correto, somos seres humanos e passamos pelas mesmas dificuldades e alegrias e criar empatia pelo próximo sem pré-julgamentos é uma forma sensata de aceitar as diferenças e agir de forma pró-ativa no seu meio. 

6. Selecione por amor.

Escolha um pequeno grupo de pessoas para se dedicar de forma amorosa, intensa e leal. Faça planos e ajude-os a conquistar seus sonhos e objetivos. Escute-os e elogie-os. Não julgue, use o afeto de forma consciente para amenizar ações errôneas e a tendência a querer mudar as pessoas. Aprecie as qualidades e miniminize os defeitos desse pequeno e seleto grupo, para uma convivência mais harmoniosa e desfrute dessas relações.


Espero que esses pequenos detalhes, te tragam boas consequências e possas, assim como eu, seguir evoluído como ser humano. Por favor, não são verdades absolutas, apenas sugestões desse ser cheio de defeitos que escreve esse blog. Obrigado pela leitura. 





domingo, 11 de fevereiro de 2018

O desapego como terapia


Olhando ao nosso redor podemos perceber a quantidade de coisas inúteis que temos. Algumas são memórias de um momento, de pessoas queridas outras são peças de decoração e mais adiante temos objetos sem necessidade alguma em nossas vidas. E assim nos relacionamos também com sentimentos, pessoas, neuras e manias que possuímos. A que custo nos levou a consumir o que não precisamos?


Como eu escrevi antes, isso vai muito além dos bens materiais.

Viver de forma simples não é viver de forma simplória, já diria o mestre Cortella (veja vídeo abaixo). Alimentamos nossas ansiedades e frustrações com bens materiais e temos isso por hábito que está enraizado na nossa educação. Infelizmente isso se estende aos nossos sentimentos, alegres ou tristes. Machida Sensei diz que devemos procurar não se apegar a sentimentos como derrota ou vitória extrema. Sim, pois acabamos por nos deixar levar por essas emoções o que cria picos de euforia e tristeza em nossas vidas. E de forma desnecessária.

Uma parte do nosso apego às coisas tem haver com o ego. Precisamos de ferramentas que nos façam sentir mais queridos, poderosos, bonitos e aceitos. Todavia acabamos nos deixando levar por esse traço da nossa rotina e criamos venenos de conduta. 

Inevitavelmente iremos nos apegar a outras coisas e condutas e isso irá nos atrapalhar nas relações profissionais e pessoais. Dentro disso, saliento que escrevo baseado nos meus próprios fracassos (que são muitos e bem mais frequentes que as vitórias).

Criar o desapego é uma construção diária. Pode ser na ação de doar algo. Pode ser pedindo desculpas por falhas, por mudar um hábito que lhe faz mal ou por dedicar alguns minutos para ouvir estranhos e – pasmem – até pessoas que você ama.


Para os japoneses, parte de ser simples e desapegado, tem haver com a organização. Quando temos bagunça ao nosso redor ou nossos pensamentos estão poluídos a ponto de nos fazer perder o foco nas graças que temos e no nosso equilíbrio, perdemos o que é preciso: nossa paz interior.

Ninguém é monge ou almeja alcançar o nirvana nessa encarnação. Alguns pensam estar vivendo de forma abundante, apegados à matéria e emoções. 

Outros querem melhorar como seres humanos, colaborar nessa existência com algo maior e deixar um legado, uma lembrança, para tal o ideal é livrar-se do que lhe tranca o Caminho. Entregar para o Universo o que não tem mais uso, material ou abstrato, ambos - em excesso - podem fazer parte ou não do que você é. 







A difícil convivência com pré-julgamentos.

 Vivemos numa sociedade recheada de informações, em nenhum período da história humana tivemos tantos dados disponíveis. No meio de tanto bites de conteúdo, nos deparamos com redes sociais que conectam pessoas através de perfis e notícias sobre as rotinas alheias. Dentro disso, era de supor que algumas barreiras iriam cair e o mundo ficaria mais harmônico. 

 Não esta acontecendo. 


Pela necessidade de velocidade em tudo que se faz, de forma sintética e sem filtro, estamos prejulgando mais o próximo. Não temos mais tempo tampouco tolerância para tentar conhecer quem está próximo a nós. Logo procurarmos encaixa-lo num estereótipo de fácil entendimento e aceitação. Ou em muitos casos, rejeição. Alguns mais simples e antiquados, porém não menos cruéis são os julgamentos sociais. Onde classificamos pessoas pelo sucesso financeiro, carro, bens e quantidade de exposição nas redes sociais em suas viagens ou lazer. Isso explica porque tanta gente finge ser ou viver coisas na internet, para erroneamente, ser aceito. 


Outro objeto de prejulgamento perverso são os “terapeutas de plantão”. Pessoas tão fracassadas e inseguras que cometem o absurdo de rotular outros com diagnósticos de doenças psiquiátricas complexas como esquizofrenia, bipolaridade, déficit de atenção, depressão, anorexia nervosa, transtorno obsessivo compulsivo, psicopatia entre outras. Conversando com amigos psiquiatras e psicólogos, ambas as áreas envolvidas nos estudos da psique, tive a noção do grau de dificuldade mesmo após anos de terapia de um paciente para se diagnosticar precisamente uma patologia. Então em leituras mais aprofundadas sobre o assunto, me deparo com os mesmos relatos da dificuldade em se chegar a um consenso em diagnósticos avançados. E pasmem que muitos leigos já rotulam familiares, amigos e colegas de trabalho com esses "precisos" diagnósticos. 

Então temos prejulgamentos mais básicos e comuns como: gorda, magra, alta, baixa, lerdo, ligeiro, tagarela, caladão, mal humorada, exibida, etc. Estes são simples entretanto tão ruins quanto e tão infantis que atualmente são tratados já nas escolas infantis, com o tal "bullying". 


 Quando julgamos alguém nunca levamos em consideração a possibilidade de estarmos errados. Ou a história desse alguém. Lembro-me de um relato do psicólogo que acompanhou o DALAI LAMA por anos em viagens sobre a raiva que sentia de algumas pessoas. E de como o mestre Lama iluminou sua mente no sentido de conhecer primeiro a história de alguém antes de julga-lo. Facilita a aceitação de algumas condutas que não entendemos, e quiçá, o perdão de faltas dos mesmos para conosco. O fato das pessoas não agirem exatamente como nós ou dentro das nossas “expectativas” não significa que estas são piores ou melhores que nós. 


A conduta de prejulgar alguém dentro do nosso quadro de seres imperfeitos, não nos torna melhores que outros. Nos torna apenas mais superficiais em relações, nos move para uma forma maligna de juízes das falhas humanas. Sobre isso, quem julga duramente, um dia será julgado tal como. Para evitar isso, cabe nos importarmos realmente com o próximo a ponto de enxergamos sua existência exatamente como ela é, sem rótulos e respeito às individualidades. Difícil sim, mas não impossível.