sexta-feira, 24 de janeiro de 2020

A vida e a morte sob a perspectiva do guerreiro.

Dizem que quando nascemos, começamos a morrer. Sim, porque o nosso tempo começa a contar a partir do nascimento. Os mais afortunados terão uma vida plena, sem doenças graves e irão permanecer um bom tempo nesse plano espiritual. Outros haverão de ter algum infortúnio e poderão perecer antes do previsto. É um lei e ordem natural do Universo e alguns dizem em ditado popular: 

“morrer é a única coisa que temos certeza que irá acontecer”.

Pois bem, somos ensinados a nos cuidar desde pequenos, a zelar pela nossa saúde e bem estar. Isso para termos saúde física e mental e criarmos todo um ambiente seguro para a nossa vivência. Ainda assim, algumas pessoas conseguem se desviar desse caminho e tomarem atitudes de risco (que não vem ao caso agora) e aumentarem a probabilidade de encararem a morte antes do tempo. E não existe uma data “prevista”, o que existe é o momento que isso irá ocorrer. E a nossa tendência é viver procurando não refletir sobre a morte e procurando enganar o tempo, de forma estética ou até psicológica, essa última alguns acreditando que são eternos jovens. Não são, e a maturidade é uma benção, não uma maldição.

Um praticante de Artes Marciais, procura ter uma visão mais amena da morte. Claro, somos humanos e desejamos viver e que os nossos entes queridos durem para sempre. Todavia, um guerreiro procura viver em paz no momento presente. É fundamental para ele, estar em paz consigo e o Universo no dia de hoje. Perdoar os erros do passado, não carregar frustrações e pensar de forma objetiva o futuro (um tempo que não existe na prática).

Quando o guerreiro, após muito treinamento e meditação, consegue enxergar a sua vida e morte como algo natural, vai perdendo o medo e apego a coisas e pessoas inúteis. Isso transforma sua maneira de agir, treinar e viver. Pois o apego massageia o ego e por sua vez transforma algo que é para ser natural (a prática da Arte Marcial) em algo simbólico, pela magia das roupas, faixas ou status de lutador. Um samurai numa guerra anseia pela morte entretanto luta com todas as suas forças para evitá-la. É um paradoxo marcial.

Com o tempo e o desapego, a pessoa (lutador ou não), pode sentir-se grato e realizado pelo que fez até o momento presente. Ser feliz pelo simples fato de estar vivo e contribuindo com o Universo, sendo um grão de areia nesse cosmo. Quando isso acontece, você está pronto a morrer a qualquer momento. Óbvio, assim como o samurai citado acima, iremos lutar para que não ocorra, contudo se ocorrer e você estiver de frente com a morte, irá encarar de uma forma tranquila. Pois até aquele momento fez o máximo que pode em todas as situações e relacionamentos, para ser melhor e fazer a diferença que era necessária em seu ambiente.

E estando satisfeito com a sua vida no presente, mesmo que tenha familiares, amigos, amores e coisas que ainda esteja apegado, você poderá encarar a morte de uma forma mais amigável. Com essa consciência, poderá viver uma vida mais plena e sincera. Pois todos os dias estará fazendo o seu melhor, de forma natural. Para um guerreiro isso é fundamental. Irá influenciar a maneira que ele treina, enfrenta a dor, persiste no Caminho e a forma que ele luta. Pois quem não teme a morte, jamais irá temer outro ser humano ou frustração terrena. Mesmo que esse ser humano, por muitas vezes, será você mesmo, ao se olhar no espelho.

Na vida não existe vitórias ou derrotas, existe o poder da ação. 

De fazer a diferença e manter o equilíbrio e procurar se afastar das coisas e pessoas ruins, que não possuem a mesma vibração que você, ou estão apegadas demais a vida. Quanto mais apego a vida, maior o risco de frustração.

Seja grato pelo dia de hoje e se o seu momento chegar, lute se possível e caso não aja uma solução viável, abrace o seu destino e desapegue de tudo que te mantém preso a esse plano astral. Tenha a certeza que a sua história e energia não irá perecer com o teu corpo físico, você voltará ao Universo e assim por diante, num looping constante.

A morte não significa o fim, existe para você viver melhor o aqui e agora.


sábado, 18 de janeiro de 2020

O parafuso perdido


Estava trabalhando na terra, num canteiro de grama. Retirando algumas ervas daninhas e procurando ajeitar o terreno, arrancando as ervas pelas raízes e revirando a terra o mínimo possível, quando encontro um parafuso enterrado. Era pequeno e preto, com rosca fina e encaixe para chave de fenda e cabeça de porca. Tanto faz, de fato pois isso já é linguagem de ferragem.

Fiquei imaginando como aquele parafuso poderia ter ido parar embaixo da terra. Qual seria sua trajetória, da linha de produção na fábrica, até ser embalado com outros, colocado numa caixa, viajado e depois entregue numa loja e finalmente vendido, junto com outros tantos iguais a ele. Claro, sem considerar a sua origem, que tipo de material foi derretido e como foi colocando num molde e depois resfriado para virar uma pequena peça de prender algo.

Seria um triste fim para o parafuso? Estar fora da sua função original? Estar enterrado significaria sua “morte” como é na vida dos humanos? Provavelmente estava ali a anos e poderia nunca ser achado. Sim, estaria fora da sua função e do seu objetivo inicial.

Assim são as pessoas. 

Não conhecemos suas origens, como foram feitas, de onde vem, quais os seus objetivos e funções, não sabemos se são conscientes da sua existência ou vivem a vida sem saber o que estão fazendo e para onde vão. Muitas são peças perdidas e avariadas e não estão enterradas, seguem no mercado. Todavia as pessoas também não te conhecem e não sabem do que você é feito. Ou como dizem: “qual é a sua?”

Certamente um ser humano é extremamente mais complexo que qualquer peça de indústria ou mecanismo. É vivo e dinâmico, com tantos mistérios que a própria ciência, medicina e psicanálise engatinha em alguns pontos desse organismo. Dentro desse contexto, que tipo de vida queremos levar? Seremos parafusos que cumprem sua função no Universo e com Deus ou seremos parafusos enterrados e esquecidos, carentes de um objetivo e de fazer a diferença na vida de muitos? Talvez façamos a diferença por um tempo, para poucos, então seremos enterrados e esquecidos, até alguém cavar e encontrar ou forçar a memória para lembrar o nome daquele parente distante que se foi a mais de cem anos atrás.

E assim a vida segue. O cosmos não esperar por nós, segue em movimento independente das nossas vontades, alegrias, tristezas, frustrações ou realizações. Que possamos ser um parafuso útil, que cumpra seu objetivo com perfeição e faça a diferença para muitas pessoas. Que possamos ser tudo isso, naturalmente, sem esforço para tal sem barulho ou alarde. No caso, o parafuso perdido não teve opção ao ser deixado na terra, nós temos as opções de fazer a diferença, todos os dias. Quem sabe se fazendo a diferença, poderemos ter um destino oposto ao que o plano da vida humana nos reserva? Para melhor concluir esse texto, vou citar o mestre Yoda: “Faça ou não faça. A tentativa não existe.”





sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

As dores que te acompanham


         Na etimologia da palavra dolor,ōris 'dor física, sofrimento corporal, tormento, inquietação é isso que significa. No universo da nossa sociedade tem diversas funções, geralmente a conotação é negativa, ainda assim a dor é capaz de produzir movimento. O que resta é a vontade humana de curar o que dói e livra-se desse desconforto.

         
         As dores mais comuns são físicas, causadas por acidente ou doença. Muitas dessas já possuímos medicamentos adequados, tratamentos ou ainda intervenção cirúrgica. Existe também a dor crônica, chamada fibromialgia, ocorre em várias partes do corpo e nem sempre encontra-se uma explicação. Então chegamos as dores da alma, do espírito ou os mais românticos diriam: as dores do coração.


Algumas pesquisas das quais não lembro a fonte agora, dizem que pessoas entrevistadas preferiam ter uma dor física que psicológica. Em estado mais grava a dor pode se tornar algo chamado “síndrome da conversão” onde a pessoa apresenta sintomas graves físicos e feitos exames médicos não aparece nada. A coisa é tão séria e tão comum que as estimativas são de que pelo menos 25% da população mundial experimentou ou vai experimentar os sintomas dessa síndrome. Esse processo acontece de forma inconsciente, quando a pessoa passa por algum trauma ou questão psicológica ou de transtorno de temperamento, e o corpo paga.

           Transformar essa dor psicológica em uma dor física é um mecanismo do próprio corpo humano, que talvez divida o peso de um trauma com o resto no corpo para não sobrecarregar o lado emocional.
Para tratar disso temos a terapia com psicólogos ou psiquiatras, que podemos orientar o indivíduo a focar em coisas boas da sua vida e procurar trabalhar os traumas e quedas, comuns durante uma existência. Descobrir se existe uma depressão em curso ou algo mais grave.

         Ainda assim, a dor emocional é terrível. Alguns dizem que com o tempo passa ou chamam de frescura, mesmo assim cada pessoa sabe o que dói na sua mente e 
o que transfere para o seu corpo. Muitas vezes é a culpa, outras tantas é a decepção, dúvidas e imaginação de um futuro que nunca haverá (no caso de rompimentos amorosos ou doenças fatais). A dor psíquica deixa profundas marcas e uma das maneiras de suportá-la e fortalecendo o seu organismo. Se alimentando com qualidade, fazendo atividades físicas, mudando hábitos, procurando amigos e familiares e sendo sincero sobre o que está passando. Pensar apenas no dia que está vivendo e empenhar-se ao máximo para esse dia, procurando não lembrar do passado ou faltas e deixando o futuro para outro momento também é uma forma de irradiar energia positiva para o seu corpo.


         
        A meditação, no conceito de esvaziar a mente e concentra-se na respiração ou em alguma atividade que te leve a um fluxo mental constante também auxilia a dor psíquica a passar.
Todavia, a dor faz parte da nossa vida. Alguns conseguem ter mais tolerância, desenvolvem ferramentas para absorver choques, rompimentos e perdas. Outros são balançados como um pequeno barco numa tempestade de oceano. Se a dor psíquica for insuportável pode levar a casos fatais como o suicídio ou a busca de mais dor através de mutilações. Somente pessoas com distúrbios psiquiátricos ou transtornos da personalidade para ignorar a dor e usar mecanismos de enganar a si mesmo.
             
        
        Mesmo que a dor exista, você precisa lidar com ela. Precisar observar-se e deixar aquilo sair da sua mente, do seu corpo. Tudo ao redor parece bem, ainda assim, a dor pode ser silenciosa e te acompanhar pelo resto da vida, cabe a você optar se vai carregar esse fardo ou dar um ponto final ao que te dói. 


        De qualquer maneira, a dor nunca é agradável e jamais deve ser a sua companheira. Não nascemos para conviver com a dor e a nossa natureza é bondosa, sendo que a dor acaba tornando uma pessoa em amarga e sem valores de gratidão e generosidade.

           O sofrimento faz parte da vida, a dor também. A mente é uma poderosa ferramenta a ser trabalhada. A combinação de boa vontade para aceitar a dor e treinamento mental são fatores chaves para que o impacto da dor em nossas vidas seja reduzido. Use-os a seu favor.

Sim, é difícil, mas vai passar.










sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

Definindo o AMOR


Como é difícil para nós encontrar e manter o AMOR que nós merecemos. E uma parte do problema é que não sabemos definir o que é o AMOR. Mesmo que muito tenha se escrito, filmado e testado por todos nesse planeta, ainda para muitos parece ser algo enigmático.
Sobre o AMOR, você não pode fazer uma pessoa feliz. Você pode fazer uma pessoa sorrir, você pode fazer uma pessoa se sentir melhor e dar uma gargalhada, mas se uma pessoa é feliz ou não é totalmente fora do seu controle. Aquilo que pensamos que é AMOR, definitivamente não é AMOR. 

Gurus dizem que o pensamos o AMOR como sendo cumprir desejos e ter prazer. Significando que se você atende os meus desejos, então eu te amo. Se não atende meus desejos, eu não te amo. Então o AMOR se torna uma transação comercial, um contrato: se você faz o que eu quero, me dá prazer e me atende no que eu preciso eu te amo, caso contrário, não. E a essência do desejo de querer que alguém preencha tuas vontades, acaba levando para a raiva e frustração, e acaba levando a um rompimento.


Um bom exemplo para o AMOR, seria o “jardineiro de um flor”. O jardineiro quer a flor seja o que ela quer ser, não moldar a flor ao seu desejo de cor, formato ou tamanho. O jardineiro quer que a flor tenha o melhor adubo, cuidados para ela se desenvolver da melhor forma sem forçar que a mesma seja algo diferente do que ela seria no projeto de Deus. Se o jardineiro quisesse moldar a flor, para massagear o seu ego, isso não seria AMOR.

AMOR em inglês é soletrado foneticamente por L.U.V. (LOVE). Listen, Understand e Validate 
(OUVIR, ENTENDER e VALIDAÇÃO).

OUVIR é algo magnífico, porém não podemos OUVIR se temos algo poluindo nossa mente, algo que querer falar ou interromper que fala. OUVIR é uma energia de conexão, que gera empatia e poder. Acalme a sua mente, seu coração, seus desejos e necessidades, e escute o que a outra pessoa tem para falar. Sobre ENTENDER você deve estar aberto para realmente ENTENDER o que a outra pessoa quer e não existe sensação melhor para alguém do que sentir-se entendido. A missão é ENTENDER o que a pessoa te diz e repetir para a mesma exatamente o que ela disse para você e pedir para ela confirmar se foi aquilo mesmo. E validar é dizer em alto em bom som: sim, eu entendi o que você disse, eu entendi onde o que você pensa. A VALIDAÇÃO é uma forma de criar um ambiente Amoroso para a pessoa sentir-se acolhida.

Amar é ajudar.


Todos estão tendo tempos difíceis. O AMOR é uma devoção para o problema do outro, quando você está comprometido com alguém e a vida dessa pessoa, ajudando a pessoa a sofrer menos. Ajudando essas pessoas a gerenciar suas mentes, suas emoções. Amar é um desejo profundo que o próximo se desenvolva, tenha todas as bênçãos e que estejam bem. Quando você ama alguém você quer que a pessoa se sinta bem, que seja feliz, quer ver o seu sucesso na vida. O AMOR precisa um entendimento das esperanças dessas pessoas e de suas demandas, seus sonhos, suas necessidades e traumas. 



AMOR é dar e dividir nossas conquistas, alimentar a autoestima das pessoas amadas para dar-lhes poder para fazer o mesmo, e ajuda-los a criar suas melhores alegrias. 







Texto extraído do vídeo abaixo: