sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

As dores que te acompanham


         Na etimologia da palavra dolor,ōris 'dor física, sofrimento corporal, tormento, inquietação é isso que significa. No universo da nossa sociedade tem diversas funções, geralmente a conotação é negativa, ainda assim a dor é capaz de produzir movimento. O que resta é a vontade humana de curar o que dói e livra-se desse desconforto.

         
         As dores mais comuns são físicas, causadas por acidente ou doença. Muitas dessas já possuímos medicamentos adequados, tratamentos ou ainda intervenção cirúrgica. Existe também a dor crônica, chamada fibromialgia, ocorre em várias partes do corpo e nem sempre encontra-se uma explicação. Então chegamos as dores da alma, do espírito ou os mais românticos diriam: as dores do coração.


Algumas pesquisas das quais não lembro a fonte agora, dizem que pessoas entrevistadas preferiam ter uma dor física que psicológica. Em estado mais grava a dor pode se tornar algo chamado “síndrome da conversão” onde a pessoa apresenta sintomas graves físicos e feitos exames médicos não aparece nada. A coisa é tão séria e tão comum que as estimativas são de que pelo menos 25% da população mundial experimentou ou vai experimentar os sintomas dessa síndrome. Esse processo acontece de forma inconsciente, quando a pessoa passa por algum trauma ou questão psicológica ou de transtorno de temperamento, e o corpo paga.

           Transformar essa dor psicológica em uma dor física é um mecanismo do próprio corpo humano, que talvez divida o peso de um trauma com o resto no corpo para não sobrecarregar o lado emocional.
Para tratar disso temos a terapia com psicólogos ou psiquiatras, que podemos orientar o indivíduo a focar em coisas boas da sua vida e procurar trabalhar os traumas e quedas, comuns durante uma existência. Descobrir se existe uma depressão em curso ou algo mais grave.

         Ainda assim, a dor emocional é terrível. Alguns dizem que com o tempo passa ou chamam de frescura, mesmo assim cada pessoa sabe o que dói na sua mente e 
o que transfere para o seu corpo. Muitas vezes é a culpa, outras tantas é a decepção, dúvidas e imaginação de um futuro que nunca haverá (no caso de rompimentos amorosos ou doenças fatais). A dor psíquica deixa profundas marcas e uma das maneiras de suportá-la e fortalecendo o seu organismo. Se alimentando com qualidade, fazendo atividades físicas, mudando hábitos, procurando amigos e familiares e sendo sincero sobre o que está passando. Pensar apenas no dia que está vivendo e empenhar-se ao máximo para esse dia, procurando não lembrar do passado ou faltas e deixando o futuro para outro momento também é uma forma de irradiar energia positiva para o seu corpo.


         
        A meditação, no conceito de esvaziar a mente e concentra-se na respiração ou em alguma atividade que te leve a um fluxo mental constante também auxilia a dor psíquica a passar.
Todavia, a dor faz parte da nossa vida. Alguns conseguem ter mais tolerância, desenvolvem ferramentas para absorver choques, rompimentos e perdas. Outros são balançados como um pequeno barco numa tempestade de oceano. Se a dor psíquica for insuportável pode levar a casos fatais como o suicídio ou a busca de mais dor através de mutilações. Somente pessoas com distúrbios psiquiátricos ou transtornos da personalidade para ignorar a dor e usar mecanismos de enganar a si mesmo.
             
        
        Mesmo que a dor exista, você precisa lidar com ela. Precisar observar-se e deixar aquilo sair da sua mente, do seu corpo. Tudo ao redor parece bem, ainda assim, a dor pode ser silenciosa e te acompanhar pelo resto da vida, cabe a você optar se vai carregar esse fardo ou dar um ponto final ao que te dói. 


        De qualquer maneira, a dor nunca é agradável e jamais deve ser a sua companheira. Não nascemos para conviver com a dor e a nossa natureza é bondosa, sendo que a dor acaba tornando uma pessoa em amarga e sem valores de gratidão e generosidade.

           O sofrimento faz parte da vida, a dor também. A mente é uma poderosa ferramenta a ser trabalhada. A combinação de boa vontade para aceitar a dor e treinamento mental são fatores chaves para que o impacto da dor em nossas vidas seja reduzido. Use-os a seu favor.

Sim, é difícil, mas vai passar.










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