quarta-feira, 2 de setembro de 2020

A tolerância humana ao absurdo.

Atavicamente somos preparados para conviver em sociedade e aceitar condutas impróprias dos nossos mais próximos. Não é uma questão de julgar ao outro e sim de entender, se existe bom senso nas ações do outro, e se aquilo serve para a tua vida.


Com a velocidade da informação e tendência a desvalorização do "ser" pelo "ter" acabamos por projetar nossas expectativas e ansiedades em cima de outros, que por vezes, sequer sonham com o roteiro que estão inseridos. 

O que é mais importante para um ser humano? a sua própria vida. E dentro disso, pode desenvolver um "pensamento mágico" que faz pequenos desejos se tornaram grandes objetivos que envolvem outras pessoas sem contar com o respeito pela individualidade do próximo ou os sentimentos de todos os envolvidos nesses planos. Nisso entra a tolerância, muitas vezes por amor, outras tantas por falta de opção e não desejar ser inadequado com as pessoas. Toleramos, o que poderia ser interpretado como insuportável eticamente. 


Então num contexto maior, temos leis absurdas que não ajudam e são quebradas para penalizar o cidadão. Temos relacionamentos pró forma apenas para seguir o roteiro social e pessoas ansiosas em encontrar sua alma gêmea, sem sequer saber dos seus demônios interiores e sem tem alto valor para oferecer a um companheiro(a), doam pouco e querem muito. 

Claro existem muitas pessoas que convivem de forma harmoniosa e com respeito, sendo um "oásis" e sorte de quem pode conviver com pessoas assim. 

Em muitas religiões esse tema é abordado como "perdão". 

Como sendo o ato máximo de amor ao próximo e aos ensinamentos dos profetas. Mas até que ponto somos obrigados a aceitar o absurdo vindo de qualquer parte?

A lógica nos leva a uma resposta simples, sabemos instintivamente questões que são polêmicas e para isso, precisamos nos afastar delas. Pessoas brigam não para resolver algo, e sim para colocar para fora suas mágoas e frustrações e terem seus egos validados. O perdão nesse caso é exigido de fora para dentro, quando sendo Piaget, precisa vir de dentro para fora.

Somos obrigado a engolir sapos todos os dias. 

Como brasileiros estamos cada vez mais treinandos a ter jogo de cintura perante a burocracia, arrogância e impedimentos do Estado para o nosso papel de cidadão. Temos mais deveres que diretos. E isso se estende as relações.  

Não precisamos tolerar tudo que nos é imposto. 

Opiniões e pré-julgamentos, conselhos inúteis baseados em análises superficiais sobre nossas vidas e mudanças. O desafio é sermos diplomáticos, rápidos e assertivos quando as pessoas nos despejam absurdos e tentam nos convencer. Por respeito e amor, podemos evitar pré-julgamentos, falas e atos, muitos desses não fazem sentido ou são absurdos e precisam apenas ser escutados, porém ignorados. 

Pedir desculpas, reconhecer erros e ter um desapego profundo de sentimentos mesquinhos como orgulho, aumenta o nosso grau de tolerância aos absurdos que virão. 


O absurdo é colocado aqui como a falta de bom senso e tendência a obrigar as pessoas a aceitarem a sua verdade, sobre a nossa. Independente dos nossos atos ou credibilidade. Não precisamos responder o que quer que seja na hora, no dia, no mês ou sequer no ano, se suportamos as consequências dessa "não" resposta. Não somos obrigados a conviver com pessoas desagradáveis e que não acrescentam. A prioridade que damos para coisas fúteis e que não refletem em nossa vida daqui a cinco anos, apenas nos gera ansiedade e ilusão de resultados, o tal pensamento mágico, em ação.

E como sabemos, mágica é truque sendo assim, falso. 





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