Existe um ditado popular que diz: “se conselho fosse bom, seria vendido” então, no caso, existem sim profissionais que são pagos para nos aconselhar, em diversas áreas, não somente no ramo da psicanálise (de valor inestimável) como em tantas outras. Porém o que dizer de pessoas leigas que dão conselhos baseados apenas em “crenças” e não em “fatos” e como lidar com isso?Primeiramente precisamos compreender que todos temos questionamentos (inseguranças) sobre a nossa própria vida e definição de sucesso. Partindo desse pressuposto, podemos afirmar que “nem sempre a grama do vizinho é tão verde”. Ainda assim, o conselho que é um primo em segundo grau da fofoca, é apenas uma forma de autoafirmação de alguém que não é totalmente feliz e seguro, e provavelmente não tem a menor ideia do que está falando. E todos escutamos conselhos ao longo da vida, pois faz parte da história da humanidade como ferramenta de preservação e ajuste social. Além disso, temos o atual vício em leituras e frases de "auto ajuda" que são paliativos, para não resolver problemas mais profundos do nosso inconsciente.
Indo além dos conselhos temos a necessidade, em todas as idades, de sermos agradados. De recebermos elogios, de sermos bajulados, mesmo quando fingimos que não gostamos daquilo, em algum lugar do inconsciente aquilo massageia o ego. Existem inclusive estudos dizendo que mesmo com plantas, se diariamente falarmos palavras positivas para as mesmas (veja bem, são plantas) as mesmas crescem e prosperam. E ao contrário, as mesmas tendem a morrer. Claro, isso tem mais haver com a energia que você emite do que realmente as palavras (assunto para outro texto). Ainda assim, imagine no contexto das interações humanas a importância tanto da energia quanto do que se está sendo falado. Somos humanos e estamos em constante auto avaliação e sendo avaliados, por outros. O problema disso é quando ficamos viciados em termos a “validação” externa, nos trazendo problemas. E isso acontece diariamente através de redes sociais, ambiente de trabalho, relações familiares e afetivas e amizades.
A validação do ego é um veneno diário em relacionamentos em todas as esferas. Quanto maior apego a uma ideia, a um preconceito ou forma de agir maior a chance de estarmos errados a respeito daquilo. Ego é o princípio de realidade, nos faz refletir sobre os custos e benefícios de uma ação, antes de decidir agir sobre desistir ou ceder aos impulsos. De forma equilibrada o ego é positivo e nos faz evitar situações constrangedoras e faz parte da nossa personalidade. Ainda assim existem variações negativas do ego, como o ego inflado de uma pessoa narcisa, egos fragilizados (com baixa autoestima e depressão) entre outros.
Em nossos tempos, o ego está deixando de ser algo de uma personalidade fiel a princípios para se moldar as necessidades imediatas de prazer e básicas de uma pessoa. Prova disso é que ainda nos surpreendemos com atitudes absurdas de pessoas em todos os níveis sociais e culturais da nossa sociedade. Em todas as áreas as quais convivemos temos relatos e experiências de coisas que jamais deveriam ter acontecido se houvesse um “filtro” do ego perante aquilo.
O caminho para um ego limpo talvez seja o desapego, ignorar falsos profetas e políticos, evitar quem se auto proclama mestre e sermos compreensivos com amigos e familiares, que no auge das suas inseguranças (em alguns casos, vidas fúteis e sem cor) tentam nos aconselhar e indicar o caminho para a felicidade. A maturidade nos faz olhar toda essa movimentação com a alma serena, conscientes que o nosso destino é independente do que vem de fora e é construído dia após dia através de ações positivas, para consigo e para com o próximo. Pessoas felizes não precisam de validação, evitam dar conselhos e são ótimo ouvintes pois estão usando o melhor dos seus egos, se auto validando.
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