segunda-feira, 31 de março de 2014
quarta-feira, 26 de março de 2014
A educação dos filhos nos tempos atuais...
Quino, o cartunista argentino autor de Mafalda, desiludido com o rumo que está tomando o mundo, quanto a valores e educação, expressou seu sentimento a respeito...
A genialidade deste artista produziu uma das melhores críticas sobre a educação dos filhos nos tempos atuais...
A genialidade deste artista produziu uma das melhores críticas sobre a educação dos filhos nos tempos atuais...
terça-feira, 25 de março de 2014
A rede - que pega o seu peixe - social.
Sou cliente da internet desde a sua aparição no Brasil,
graças a um ambiente familiar favorável a tecnologia e novidades da área. No
Rio Grande do Sul o primeiro provedor foi um órgão do estado, a PROCERGS. Quase
não existiam sites para se visitar e usávamos apenas e-mails e precários chats
para nos comunicar com uma pequena quantidade de usuários que já tinham
internet. Após surgiram outros pequenos
provedores, Nutec, depois Nutecnet, após o ZAZ e finalmente, o Terra.
Instalava-se a internet, ainda não para todos.
Minha monografia na faculdade de Comunicação Social –
Propaganda – foi sobre a internet e seus caminhos. Isso em meados de 2001 (13
anos atrás) onde estudei a fundo os autores que falavam sobre essa nova mídia e
já elaborávamos, todos nós, teorias a respeito.
É fato que o formato de hipertexto (links que você clica
numa palavra e surgem outros conteúdos) já existia, em livros, a centenas de
anos. Ainda que essa necessidade de nos comunicarmos e formarmos pequenas “tribos”
faz parte da nossa cultura e sociedade.
Tenho plena consciência do caráter volátil das tendências na
internet. Empresas nascem e morrem a todo o momento nesse ambiente virtual, e o
que é moderno hoje (Cult), torna-se ultrapassado e brega em pouco tempo. É
assim que tem que ser na tecnologia de informação.
Uma das características da internet que a tornam tão
atraente é a capacidade de interação do usuário. Após décadas com uma inovação
chamada TV, onde apenas recebíamos informação em massa e bem mastigada, como se
estivéssemos vendo o mundo através da tela (na realidade estávamos dentro de
uma caverna, sem olhar para fora - sabia mais em "O mito da Caverna") chegamos ao ponto de termos interatividade.
Trocávamos informações.
O novo Orkut - e agora já antigo, Facebook
O Artista Andy Warhol, um ícone do século XX disse em 1968: “-
no futuro todos serão mundialmente famosos por 15 minutos”. Através da
rede social, muitos acreditam que são famosos por mais que quinze minutos!
Massageiam o ego e procuram tapar buracos da sua existência. E da sua vida.
Mostram apenas o lado bom do seu jardim e a demagogia é liberada. Atualmente a
rede social não é apenas uma ferramenta de comunicação e troca de informações,
infelizmente se tornou uma perigosa fogueira de vaidades. Esse um dos sete pecados
capitais, o orgulho ou vaidade do Latim superbia, vanitas. Como disse Al Pacino num filme que representava o demônio: "- o meu pecado favorito!"
Tomei a decisão de reduzir o uso dessa rede social. Ainda
estou lá, tenho esse recurso quando necessário. Quero preservar o contato com
pessoas que me são queridas e estão longe fisicamente.
Ainda assim, cansei de tanta babaquice sobre política (como
se algum partido ou político tivesse a solução para o Brasil sem uma reforma
política), sobre futebol e Copa do Mundo e seus abusos, sobre filosofia de pára-choque
de caminhão (alguns caminhões possuem mais sabedoria do que muitas
frases prontas de perfis).
Lamento para quem – como eu fazia – utiliza a rede social
todos os dias para se comunicar apenas. Estamos expostos a uma falta de bom
senso em postagens. Ainda assim, podemos filtrar ao máximo
as amizades e o que queremos ver ou não, entretanto, estamos à mercê de
bobagens sem fim. Tolerância, diria o mestre Dalai Lama. Paciência, diria nosso
querido Papa argentino.
A superficialidade de conteúdo é uma tendência mundial na
internet. Aliado a isso, algumas más características da nossa cultura
brasileira (tão rica em outros aspectos) adiciona a futilidade a rede social. As
pessoas antes de postarem algo são incapazes de pesquisar no Google a respeito.
Não pensam e apenas agem. Estamos consumindo coisas sem sentido e usando uma falsa
comédia, muitas vezes, de mau gosto para preencher linhas do tempo. Estamos curtindo gente, que de fato, não
conhecemos.
Decidi dedicar qualquer tempo livre a ler mais
revistas e livros. A conversar mais com pessoas. A pensar ou simplesmente –
pasme - não fazer nada. Esvaziar a mente, apaziguar os pensamentos e focar na
vida que ocorre fora da vida dos outros. Ou também, trabalhar mais. Criar mais
soluções e fazer render o tempo. Vejam bem: não é falta de interesse na vida de
amigos ou familiares que são importantes. É evitar a decepção com amigos e
familiares sem conteúdo e com pensamentos pré-conceituosos e materialistas.
Ser famoso por quinze minutos não é
importante. Fazer a diferença da vida de alguém é que realmente importa. Fazer
a diferença na vida real (não virtual) e ter um retorno ao vivo. Por exemplo, Na nossa última
ação social, conseguimos doar brinquedos para crianças carentes no fim de ano.
Essas crianças não estavam na rede social, ninguém queria saber delas, mesmo
elas estando próximas das suas casas. Elas não são importantes e não merecem “curtis”
de ninguém.
Fomos lá e fizemos a diferença.
Numa caminhada descontraída pela cidade, passei por uma
família revirando um contêiner de lixo. Uma criança grita: “- professor!
Professor!”. Eu me viro e não reconheço seu rosto. Pergunto onde eu dei aula
para ela, a pequena diz meu nome e mostra o brinquedo que recebeu há alguns
meses atrás. O irmão, um pouco maior, vem falar comigo. Os pais se aproximam e me agradecem. Todos sorriem. Eu com tanto e eles com tão pouco. Saio do
encontro revitalizado. Em tantos anos de internet ainda não podemos encontrar
esse tipo de sensação fora da vida real. Claro, se temos uma vida digna de ser vivida, também podemos usar os recursos de uma rede social. O difícil é usar com sabedoria e alegria, sincera.
Por isso, viva e torne a sua vida mais real. Torne a sua
vida mais colorida e cheia de nuances. Interaja com a natureza e com pessoas
que lhe acrescentem. Desafie-se. Rompa seus pré-conceitos e evite valorizar o
aspecto material ou a aparência das pessoas. Seus troféus, medalhas e
conquistas não dizem muito sobre o seu caráter. Certificados de papel não
deixam um legado para as próximas gerações. Viva com fé. Duvide das suas
verdades e de pessoas que não praticam, apenas mandam ou vivem de passado e falsas morais. Reaja e inove.
E caso não gostes de nenhuma dessas opções, poste algo no Facebook e
sinta-se melhor.
segunda-feira, 24 de março de 2014
O ser autocentrado

As justificativas são inúmeras para o nosso comportamento egoísta
e auto centrado. A dois mil anos atrás um pensador abordou esse tema procurando
dizer que deveríamos “amar o próximo com a nós mesmos” e isso nunca ocorreu. E
cá estamos em pleno futuro após esses milhares de anos e vivemos com abundância
em tudo, menos nas atitudes em prol dos outros. Parece demagogia, claro, pois
mesmo esse que vos escreve não é perfeito e se insere nesse contexto. O
que nos surpreende diariamente é perceber ações negativas se propagando na
nossa sociedade. E sendo bem sucedidas e aceitas.
Ser autoconfiante não significa desvalorizar o próximo. Não
significa acreditar que as suas verdades são melhores que as dos outros e muito
menos não questionar-se sobre as tuas atitudes. Graças aos meios de comunicação
em massa hoje temos a possibilidade de sermos pequenas ilhas e reis e rainhas
dentro dos nossos lares e carros. Ou no nosso micro ambiente social que de
forma imaginária acreditamos ser o ideal e isento de responsabilidade com o
macro ambiente que vivemos.
E isso se manifesta no trânsito, no acúmulo de lixo nas
cidades, nos relacionamentos falidos entre casais que não se amam e convivem
por interesses econômicos entre si e falsas amizades onde pretensos parceiros
visam somente angariar dividendos com a tua amizade. Atos simples como elogiar
o próximo está fora de moda ou pequenas atitudes de gentileza facilitadas hoje
em dia pela tecnologia, como um telefonema cordial ou um clique de curtir em
algo que você gosta na rede social do seu amigo - ou ainda - dar passagem para
outros no trânsito estão se tornando raros. É um novo tipo de ser social que
surge, que na sua pouca consciência não depende de ninguém para viver e faz o
suficiente para ser agradável quando isso gera dividendos financeiros ou para
massagear seu ego.
Se algo ou alguém nos desagrada por ser diferente o que
fazemos? Apontamos o dedo! Rotulamos como leproso social, e como tal, os deixamos a
margem da nossa convivência. Não fazemos o menor esforço em entendê-lo ou nos
questionar a nossa filosofia de vida (ou falta dela). Justificamos parte desse
comportamento com a “falta de tempo” ou “pressa” correndo como baratas tontas
para lugar nenhum. Por vezes, abro porta para pessoas passarem em algum local e
fico pasmo quando elas passam sem ao menos agradecer. Costumo dizer: “- de nada”
para a pessoa perceber a grosseria que está fazendo. Em todos os casos,
a pessoa volta o rosto e diz: “- obrigado” meio a contragosto. Raros casos
voltam e pedem desculpas por não ter percebido a grosseria. A tendência é as
pessoas agirem como se os outros ao redor fossem seus empregados. E isso não é somente falta de educação e cortesia, é agir de forma egoísta.
Somos uma
sociedade de iguais ou ao menos deveríamos ser.
Vejo em publicações virtuais e impressas artigos e
comparações entre os animais e humanos. As manifestações são várias de que os
animais agem de forma mais pura que nós, mesmo sem raciocínio. Claro, são
análises superficiais desses comportamentos, pois a ciência sabe que animais
podem ser diferentes mesmo convivendo em grandes grupos, e por vezes, podem ser
cruéis, num ambiente selvagem. Mesmo animais domesticados dependendo da circunstância
podem agir de forma negativa. Todavia estamos falando de animais e não seres
humanos, que deveriam primar pelo raciocínio e ação.
De que adianta se dizer ecológico
quando o principal item dessa ciência está sendo negado, que é a preservação da
própria espécie. E para preservar alguém, temos que respeitá-lo e valorizara-lo
como igual, sem intenção de obter nenhuma vantagem. E nisso resulta um desafio da nossa sociedade: vivermos num planeta gigante (e
cheio de recursos) como se vivêssemos dentro de uma pequena nave espacial. Será
possível?
A falsa sensação de competência
A burocracia além da razão
Estamos vivendo um momento de transição na história. Pela primeira vez temos um grande número de pessoas com acesso ilimitado a informações, de diversas fontes e qualidades (boas e más). É o avanço tecnológico e das comunicações que varre o nosso mundo em busca de novos adeptos e demandas, visando é claro, o lucro, porém com um viés de serviço filantrópico. Essa transição nos faz conviver e confiar na tecnologia como solução para problemas em produtos e serviços nos setores privados e públicos. Todavia, não é o que está ocorrendo, os problemas estão aumentando.
Tenho notado um aumento da insatisfação dos consumidores
sobre os serviços privados e isso se demonstra claramente no alto índice de
reclamações em órgãos de proteção ao consumidor. Apesar de toda a tecnologia disponível,
esses recursos encontraram uma grande massa de seres humanos ainda não
preparados para lidar com as facilidades das mesmas. Não basta ter um curso de
informática ou saber operar um computador, o cérebro e a mente devem estar
ajustadas para utilizar os recursos com bom senso. Em muitas áreas, quando
somos consumidores percebemos que existe uma falta de profissionalismo e
agilidade no retorno de solicitações, por mais dinheiro que você tenha – além da
disposição em comprar – a falta de bom atendimento está generalizada.
E amparada na tecnologia e nas suas aparências, a
incompetência tomou conta. Não existe mais a necessidade de questionamento nos
processos de atendimento, tampouco a reflexão se os mesmos estão atendendo de
forma eficiente as demandas. Tudo é deixado para outro dia ou repassado a
responsabilidade para outro setor, e pior, descaracterizando o fator humano no
atendimento.
Por vezes, percebemos processo em andamento em instituições
privadas, associações, federações e órgãos públicos que não tem cabimento. Que
são daquele formato apenas por preguiça de se re-pensar seu funcionamento. Toda
a tecnologia disponível não atende problemas simples de se resolver. E o DNA
disso está na nossa cultura onde não somos ensinados a criar soluções e a
debater de forma saudável os processos e também se forma pelo tipo de governo
federal que temos. Sim, para um Estado não é salutar uma mesma linha de
ideologia política ficar no governo mais que quatro anos. Após isso se forma “zonas
de conforto” em vários órgãos e métodos e isso influencia diretamente a
iniciativa privada, que na falta de um bom exemplo de eficiência e eficácia
(são conceitos diferentes, clique nas palavras para saber mais) acaba por se omitir e acomodar.
Qual o nosso papel nisso tudo? Cabe-nos concentrar nas pequenas
demandas diárias e torná-las mais eficazes e com menos desperdício de energia.
Cabe-nos facilitar a vida do próximo com soluções criativas, limpas e honestas
dentro de um sistema que nos obriga a sermos burocratas. Para isso temos que
estar de coração e mentes abertas a servir o próximo de forma sincera e
desprovida de vaidade, nos colocando no lugar dos outros e facilitando ao máximo
suas vidas. Essas atitudes começam com os pequenos detalhes no dia-a-dia, desde
o trânsito até dentro da sua casa. Se quisermos usufruir da tecnologia como
forma de solução para os nossos problemas, teremos que modificar a nossa postura
e agir de forma focada, nos outros, e não em nós mesmos.
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