segunda-feira, 24 de março de 2014

A falsa sensação de competência


A burocracia além da razão


Estamos vivendo um momento de transição na história. Pela primeira vez temos um grande número de pessoas com acesso ilimitado a informações, de diversas fontes e qualidades (boas e más). É o avanço tecnológico e das comunicações que varre o nosso mundo em busca de novos adeptos e demandas, visando é claro, o lucro, porém com um viés de serviço filantrópico. Essa transição nos faz conviver e confiar na tecnologia como solução para problemas em produtos e serviços nos setores privados e públicos. Todavia, não é o que está ocorrendo, os problemas estão aumentando.

Tenho notado um aumento da insatisfação dos consumidores sobre os serviços privados e isso se demonstra claramente no alto índice de reclamações em órgãos de proteção ao consumidor. Apesar de toda a tecnologia disponível, esses recursos encontraram uma grande massa de seres humanos ainda não preparados para lidar com as facilidades das mesmas. Não basta ter um curso de informática ou saber operar um computador, o cérebro e a mente devem estar ajustadas para utilizar os recursos com bom senso. Em muitas áreas, quando somos consumidores percebemos que existe uma falta de profissionalismo e agilidade no retorno de solicitações, por mais dinheiro que você tenha – além da disposição em comprar – a falta de bom atendimento está generalizada.

E amparada na tecnologia e nas suas aparências, a incompetência tomou conta. Não existe mais a necessidade de questionamento nos processos de atendimento, tampouco a reflexão se os mesmos estão atendendo de forma eficiente as demandas. Tudo é deixado para outro dia ou repassado a responsabilidade para outro setor, e pior, descaracterizando o fator humano no atendimento.

Por vezes, percebemos processo em andamento em instituições privadas, associações, federações e órgãos públicos que não tem cabimento. Que são daquele formato apenas por preguiça de se re-pensar seu funcionamento. Toda a tecnologia disponível não atende problemas simples de se resolver. E o DNA disso está na nossa cultura onde não somos ensinados a criar soluções e a debater de forma saudável os processos e também se forma pelo tipo de governo federal que temos. Sim, para um Estado não é salutar uma mesma linha de ideologia política ficar no governo mais que quatro anos. Após isso se forma “zonas de conforto” em vários órgãos e métodos e isso influencia diretamente a iniciativa privada, que na falta de um bom exemplo de eficiência e eficácia (são conceitos diferentes, clique nas palavras para saber mais) acaba por se omitir e acomodar.

Qual o nosso papel nisso tudo? Cabe-nos concentrar nas pequenas demandas diárias e torná-las mais eficazes e com menos desperdício de energia. Cabe-nos facilitar a vida do próximo com soluções criativas, limpas e honestas dentro de um sistema que nos obriga a sermos burocratas. Para isso temos que estar de coração e mentes abertas a servir o próximo de forma sincera e desprovida de vaidade, nos colocando no lugar dos outros e facilitando ao máximo suas vidas. Essas atitudes começam com os pequenos detalhes no dia-a-dia, desde o trânsito até dentro da sua casa. Se quisermos usufruir da tecnologia como forma de solução para os nossos problemas, teremos que modificar a nossa postura e agir de forma focada, nos outros, e não em nós mesmos.



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